sexta-feira, 16 de julho de 2010

REPÚBLICA DE CABO VERDE / TRINTA E CINCO ANOS INDEPENDENTE

PALÁCIO DO GOVERNO DE CABO VERDE








FOTO NATA & ALISSANDRA R. R. SEMEDO IMAGENS


DESFILE COMEMORATIVO 35 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DE CABO VERDE

A MINHA FAMÍLIA PARTICIPOU NO BLOCO DA COMUNIDADE BRASILEIRA RESIDENTE NO NOSSO PAÍS QUE TRANSPORTOU UMA ENORME BANDEIRA NACIONAL DE CABO VERDE

FOTOS NATA & ALISSANDRA R. R. SEMEDO IMAGENS


REPRESENTANTES DA COMUNIDADE GANESA
















REPRESENTANTES DA COMUNIDADE ECONÓMICA EUROPEIA
















REPRESENTANTES DE VÁRIOS OUTROS PAÍSES ESTRANGEIROS
















REPRESENTANTES ESPANHÓIS E OUTROS ESTRANGEIROS
















REPRESENTANTES DA COMUNIDADE BRASILEIRA
















MINHA ESPOSA E FILHA E UMA FAMÍLIA BRASILEIRA
















MAIS BRASILEIRAS
















REPRESENTANTES DA COMUNIDADE CHINESA
















REPRESENTANTES DA COMUNIDADE MALIANA









RÉPLICA DO PELOURINHO DA "CIDADE VELHA", BERÇO DA CABOVERDIANIDADE E PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE











REPRESENTANTES DA DIÁSPORA CABOVERDIANA









REPRESENTANTES DA COMUNIDADE BISSAU-GUINÉENSE









REPRESENTANTES DE OUTRAS COMUNIDADES RESIDENTES









REPRESENTAÇÃO CONJUNTA PORTUGAL E CABO VERDE
















" A linguagem é a casa do Ser.Nesta habitação do Ser mora o Homem.

Os pensadores e os poetas são os guardiões desta habitação”

Heidegger

“Lemos para saber que não estamos sós”

C.S.Lewis

OPINIÃO

Por Nataniel Semedo da Silva

Cidade da Praia, Julho de 2010

REPÚBLICA DE CABO VERDE TRINTA E CINCO ANOS INDEPENDENTE

Saudações fraternais!

Antes de qualquer outra consideração e para todos os efeitos queremos saudar os trinta e cinco anos da Independencia do nosso país e fazer um chamado á oração por parte dos discípulos de Jesus Cristo, a favor daqueles que nos governam! Em tempo de festa, também desejamos que festeje conosco a comunidade estrangeira residente no nosso país e agradecer aos povos e ás nações que tem sido nossos parceiros da jornada.

A propaganda oficial do estado tem alardeado aos quatro ventos “Cabo Verde como uma nação vencedora”.Nós diríamos, entretanto, que estamos vencendo como país e como povo…ainda não vencemos de todo.A caminhada ainda é longa.Comemorando esta linda efeméride convidamos também a todos os caboverdianos dentro e fora do país, para juntos tentarmos analisar o nosso heróico percurso.Consideramo-nos, e durante toda a nossa caminhada temos sido considerados como sendo um país de morabeza e um povo de brandos costumes, onde, a partir da conquista da nossa soberania, parte considerável das liberdades e garantias dos nossos concidadãos têm sido respeitada. Gabamos, de termos sido incluídos pela Freedom House, no quadro honroso dos países mais livres do mundo!Do grupo dos PMA (Países Menos Avançados), passamos para os PDM (Países de Desenvolvimento Médio). Rejubilamos com tudo isto. Discursos oficiais nos grandes “Areópagos” deste nosso mundo, dizem que em termos globais estamos acima da média da maioria dos países africanos…que estamos no caminho certo!

É verdade que países com muitos mais recursos naturais do que nós, estão muito aquém do que temos realizado conjuntamente como povo e como nação!O quadro que muitas vezes se pinta de Cabo-Verde, principalmente no contexto africano, é de um autêntico El Dorado(convenhamos que há exageros aqui).

A nossa História é o que ela foi: Quinhentos anos de colonialismo e exploração violenta. Nossos direitos foram negados e violados ab-initio e durante séculos (desde que pelo menos se fala de uma civilização cabo-verdiana, oficialmente desde 1462).Vários discursos dizem que crescemos como povo e desenvolvemos bem. As alternâncias politicas, democráticas e pacíficas no nosso país tem sido aplaudidas à escala planetária. Temos protagonizado de facto algumas conquistas, e o povo cabo-verdiano é incontestavelmente inteligente e lutador.Mais uma vez, permitam-me dizer, que temos ainda muito caminho a percorrer!

Tememos que o nosso país se transforme numa plataforma ou “pequeno tabuleiro” de jogos de interesses trans-continentais, e que o crime organizado por exemplo, assente aqui arraiais. Não devemos nunca aceitar dinheiro de “plástico” ! Em tempos idos, «Grão Pará e Maranhão» e outras Companhias duvidosas fizeram-nos companhia e acabaram levando ao vento nossa pequena economia insular, que teimosamente tentava germinar. Foram-se embora (mas pelo menos antes sozinhos do que mal acompanhados!) deixando cacos e cinzas…estávamos abaixo da linha de água, com fome e morrendo-nos à fome. Acto contínuo, fomos para as quatro partidas do mundo, ás vezes de livre e espontânea vontade, outras vezes por um decreto, à força!

Precisamos e devemos perdoar aqueles que nos atormentaram, com certeza, mas as lições da História são inexoráveis e inapagáveis. Hoje não há lugar para escravidão de espécie alguma, nem qualquer subserviência! Durante largos séculos vivemos sem dignidade. O nosso percurso como povo nunca foi e não tem sido fácil. Fomos fustigados por fomes e secas cíclicas, e como disse um poeta das ilhas, nossas cabras nos “ensinaram a comer pedras”. De 1975 para cá, em tarefa ciclópica temos estado a juntar os tais cacos e a sacudir as cinzas, tentando fazer alguma coisa para que não cotinuemos a «comer pedras», e a nossa amada nação continue de mãos estendidas , em busca de auxílio externo.A nossa história nos exorta hoje a vigiar!

Comemorando trinta e cinco anos da nossa independência, nós pequeno país (grande pelos seus homens e mulheres!) qual é e terá de ser o nosso desígnio e o nosso propósito? Resistir. Cultivar uma cultura de trabalho, não importando “lixos” e modelos multi-continentais que nos aliena, não sermos subservientes…enfim, “mugir à touro” e sermos nós mesmos, autênticos, com a nossa katchupa e a nossa morna.Com o nosso feijão e a …nossa cultura, lembrando o nosso Norberto Tavares quando cantou com propriedade: "Se pa bu Npinha bu terra.Kubri bu kasa cu padja.Fasi kanderu di pulga seku um sera.Kumi cuzcuz pa pon, kubri ku peli boi."Não devemos, e nunca deveríamos ceder na Golden share que protege os nossos interesses nacionais, sob pena de nos tornarmos estrangeiros em nossa própria terra.Temos vencido algumas etapas sim, mas sentimos uma sociedade com um certo stress…falta mais água, mais eletricidade, mais habitação e mais comida.Milhões de vezes viva Cabo Verde independente, entretanto a caminhada ainda é longa minhas senhoras e meus senhores!

A nossa matriz cristã sugere-nos a olharmos para Deus.Então façamos isso com temor e confiança porque como diz o Livro de Salmos o grande hinário da humanidade, "bendita é a nação cujo Deus é senhor."

Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e acções de graça por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade.I Timóteo 2:1-4

Caboverdianamente!



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