sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

REFLEXÃO:HÁ AZEITE NA BOTIJA!

Por Nataniel Semedo da Silva

HÁ AZEITE NA BOTIJA!

Estou escrevendo estas linhas aqui na cidade de Bauru, interior de São Paulo num dia friorento e céu carregado ameaçando despejar farta chuva.Por estes dias o Brasil esta de luto. No centro do Rio de Janeiro três edifícios desabaram de repente feitos castelos de cartas sem que ninguém até agora tenha sabido quais foram as causas concretas desta tragédia. A cada momento aumenta o número de corpos encontrados enquanto os familiares vão enterrando os seus mortos. A própria natureza parece aliar-se à nação em luto e tristeza pungente. Enquanto isso a Bíblia nos conta de certa mulher viúva e sua botija de azeite. A época era de anarquia generalizada, onde governantes devassos votavam o povo ao completo abandono. Em meio a muitos males a escravidão era também mais uma realidade daquele contexto. Depois de lhe morrer o marido chega o credor para levar os seus dois filhos para lhe serem escravos. À época os filhos eram considerados como bens transferíveis, ou seja, serviam para resgatar dívidas. A viúva carregada de dívidas chama então o profeta (!) e relata-lhe o seu drama. O homem de Deus faz á mulher uma pergunta direta:- ”que te hei de fazer? Dize-me que é que tens em casa. A resposta talvez com uma voz meio embargada, mas com a rapidez de um raio certamente terá ecoado retumbante como um trovão anunciando chuva copiosa para daqui a pouco no coração do profeta Eliseu:-“ tua serva não tem nada em casa, senão uma botija (!) de azeite. É “nítida” aqui “a imagem” da viúva com o seu semblante pesaroso e luto pesado fechando a porta (e “dá” para “escutar” a mesma fechando-se devagarzinho enquanto as dobradiças relincham não tão alto quando lá fora tudo permanecia surdo, mudo e a música calava-se).Antes esta mulher viúva saira recolhendo todas as vasilhas que se lhe tinham sido emprestadas pelos vizinhos.Da primeira vasilha enchia-se depois vasilhas e mais vasilhas até não houver mais nenhuma por encher.Acabaram-se as vasilhas(todas).Um inenarrável milagre da multiplicação tinha acontecido!Tendo novamente consultado o profeta (!) a viúva saiu e vendeu o seu azeite da multiplicação divina. Suas dívidas foram então pagas completamente e ainda se lhe sobrou dinheiro para as expensas familiares. Louvado seja Deus!E nós?O que cada um de nós temos ainda em casa?O que sobrou no “epitáfio” das nossas perdas e temores?Com certeza ainda há (pelo menos!) azeite na botija. Possivelmente temos ainda muito mais do que isso. As nuvens saturaram-se densamente anunciando temporal?Fecha sua porta sobre si e sua família, ainda que sem o profeta que porventura dorme ou simplesmente sumiu da sua cidade, vila ou aldeia (suspiros). Mesmo que lá fora os raios riscam a atmosfera cinzenta e o barulho dos trovões explode nos ares e as pessoas permanecem em um silêncio ensurdecedor, insensíveis e distantes. Tranca a porta e apresenta a sua botija de azeite a Deus e clama por um milagre!”Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezaras, ó Deus”. Salmo 51-17

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