sexta-feira, 27 de outubro de 2017

POEMA de Nataniel Semedo da Silva - OLHARES DE ANGOLA

OLHARES    DE ANGOLA

OLHARES DE ANGOLA

Olhares molhados, olhares incógnitos, olhares milhares.
Semblantes melancólicos e esboço esforçado de um sorriso.
Espinhos da guerra, mães de afronta e meninos errantes.
Olhares de Angola, olhos de lince, exaustos caminhantes.

Minas mortíferas e Angola linda e rica em luta feroz.
Daí angustiosa marcha em êxodo de reencontro.
Andares cambaleantes, corpos inertes, jornada atroz.
Olhar também meu, olhar cabo-verdiano e africano.

Imperiais atrocidades, cumplicidades, robustos negócios e sócios
Multicontinentais trambiques olhando gordo para Angola.
Séqüitos da guerra e da paz por caminhos intrincados.
Meninos, meninas, mentes em eclipse e sonhos roubados.

 Filões brilhando e vilões estrangeiros conspirando.
Olhares de luto e epitáfios na perenidade do tempo.
Olhares de espanto e em combates manos brigando.
Olhares de Angola num cenário de contratempo.

Nataniel Semedo da Silva
 (10 de Março de 2000/Contexto de guerra em Angola)


 

 

 
 

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