domingo, 4 de março de 2012

O “CIRCO BÁRBARO” DA DEMOCRACIA CABO – VERDIANA

Nataniel Semedo Da Silva, cabo-verdiano residente em São Paulo, Brasil

“O medo dos bárbaros pode - nos transformar em bárbaros através de nossos próprios fantasmas”; Tzvetan Todorov

“A democracia não tem coração nem entranhas. A serviço das forças do Ouro é sem piedade e desumana”; Frase atribuída a Anatole France

Eia! (para alegria de alguns, claro esta,) montou-se um “circo bárbaro” na democracia cabo-verdiana, com artistas capazes de “proezas” de fazerem revirar nos seus túmulos os memoráveis democratas da Atenas clássica, Clístenes e Sólon!

Os “bárbaros da democracia”, politicamente falando, se gabam de possuirem força bruta e musculada. Estes tais violam maquiavelicamente a mesma, munindo - se de “varapaus e lanças psicológicas” de efeito.Metidos a “machões e animais políticos”, entretanto, se desnudam achando - se de calças nas mãos, apresentando - se na realidade sem colhões.De “romano” apenas (e já não é pouco!) os seus semblantes, a fazerem lembrar certos Brutus (isso mesmo, Brutus, antigo cognome usado por diversos políticos da família dos Júnios).Os tais procuram a todo o custo o acuamento dos seus adversários.Acham (acham!) que “a chutos e pontapés” e soltando impropérios e “piropos políticos” (inaceitáveis!) quase intraduzíveis, conseguem manietar o povo (afinal, o único ator na Democracia quem na verdade tem costas largas e quentes, podendo decidir).Estes tais que saqueiam a democracia alienando - a acabam na verdade tornando - se anti - democráticos.Não, qualquer semelhança com a nossa realidade cabo - verdiana, não é mera coincidência!

Quando a Democracia também se deixa transformar em um circo, existem os tais malabaristas, os acrobatas, os contorcionistas, os “equilibristas”, os ilusionistas, o palhaço (mor), entre outras figuras, que pelo “picadeiro” vão apresentando seus números e palhaçadas bárbaras. Aqui também, qualquer semelhança com a nossa realidade política atual não é mera coincidência (não mesmo)! Isto sim é também o retrato da “paródia política” vagabundeando à solta pela “nossa praça”!

Na atual “arena” do jogo (melhor, spiki!) político em Cabo Verde, vozes independentes não são bem vistas (mesmo). Eu que o diga! “Dja ka da cabésa ku um monti di kria partidarizada” no nosso país um “dualismo político” feroz.Se não fores de um lado ou do outro es simplesmente “diabolizado”.Se posicionares a favor de um em detrimento de outro, o mesmo “infortúnio” também te é reservado. Que raio de Democracia vem a ser esta?Esse dualismo (bipolarização política) significa, na prática, que “es quase que obrigado e coagido a ser do PAICV OU DO MPD”.E POR QUE TROMBA D'ÁGUA TEM QUE SER ASSIM? Por isso, é que digo e reforço, que a tão embandeirada Democracia cabo-verdiana “sa ta gatinha inda” (isto mesmo)!

No nosso país politiza - se os bairros, as ruas, as calçadas, o atestado médico, os projetos, as bolsas de estudo, as ajudas externas, a tabanka, a nossa história... faltando apenas politizar a katxupa, o grogue, o dragoeiro, a babosa, o pássaro “Manel Mangrado”, a bruma seca, o mar e a chuva!Se a democracia cabo - verdiana inclui - se no Top 30 à escala planetária, estamos então, verdadeiramente, em meio a um apocalipse global. Podem crer!

A opinião pública cabo-verdiana tem sido Stalin e maquiavelicamente torporizada restando umas manifestaçõeszitas (sempre melhor que nada!) de indignação aqui e acolá, feitos a regabofe e sem comando (engajado e comprometido com a nossa nação), sem grande efeito. Os escândalos também acontecem porque a própria democracia, por vezes, se permite vender. A nossa “se prostitui (u)”, quiçá, os seus atores alienaram-na ao ouro, ao petróleo, aos euros e aos dólares, transformando - a, assim, num “circo bárbaro”.

Impõe-se, entretanto, o absolutamente livre pensamento, desamarrando-nos nesta hora deste terrível “maniqueísmo político” cá na terra que se traduz numa malcriada bipolarização partidária (PAICV/MPD). Indo diretamente ao assunto: precisamos (e sem medo!) urgente e ingentemente “exorcizar” este nosso “fantasma de Maniqueu” e outros do nosso meio, sob pena da nossa letargia e indiferença transformar-nos em “bárbaros do conformismo e apatia” diante da presente conjuntura política da nossa nação.

Reforçando - nos nas reservas inesgotáveis da cabo -verdianidade firmemos em prosseguir o processo da evolução da nossa história como povo de alma atlântica, do pensamento independente que voa feito majestoso condor!

Nós, os cabo-verdianos (os mais íntegros!) constituímos um povo de “genes e ethos verdadeiramente democráticos” (o que nos permite reinventarmos, quantas vezes quisermos), por isso, o nosso pensamento ab initio é (e deve continuar) livre, livre! ESTOU IMBUIDO DE IMENSA FÉ EM DEUS QUE DIAS MELHORES AINDA ESTÃO POR VIR PARA A NOSSA TERRA E NOSSAS GENTES!

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