sábado, 18 de fevereiro de 2012

UMA TAL DE ELETRA NA RESSACA LONGA E DOLOROSA DO COLONIALISMO:POR FAVOR, RESPEITEM O NOSSO POVO!

Por Nataniel Semedo da Silva

"Algumas pessoas tentam deliberadamente explorar a ressaca do colonialismo para seus próprios interesses, para servir a uma força externa...”
Jomo Kenyatta

Há alguns poucos anos certo líder bacongo vivendo no Rio de Janeiro, Brasil, disse que as primeiras décadas do pós colonialismo na África seriam extremamente complicadas levando em consideração a transição para uma era mais feliz com a independência dos respectivos países do continente. Eu diria também que a citação acima do antigo presidente keniano se enquadra perfeitamente no contexto futuro que o referido guia dos bacongos “profetizara” para os países africanos em larga escala. Não, não sou um panafricanista tout court. Sou um “cidadão do mundo”. Cabo Verde é um país independente (e não gostaria, nem de longe, de estar equivocado em relação a isto)! Tivemos quinze anos de regime de partido único sem uma planificação a longo prazo (são as grandes Enciclopédias ou Atlas Mundiais que o diz). Soletrando pela “Cartilha” de “Karl Marx” ultra nacionalizaram e estatizaram radicalmente tudo... aquilo que devia ser os nossos bens-comuns e não de alguns apenas; cercearam as nossas liberdades individuais e escamotearam os pensamentos contrários ao “status quo” à época .Entre tantos e tantos outros, em mais um outro “monólogo parlamentar” a 17 de abril de 1982, pelo Decreto-lei nº 37/1982 foi criada a Eletra.Mas economia mista era aquela que a suportava? Em 1990 deu-se a reviravolta política sob as rajadas dos fortes “ventos da mudança” que começaram soprando lá pelo leste europeu. Os novos senhores do poder em Cabo Verde, na ânsia descontrolada de pulverizar e enviar para as “catacumbas” todos os “defuntos políticos”, os defeitos, feitos e feitios do regime anterior cedeu depois, praticamente, em toda a linha do golden share que protege os nossos interesses nacionais entregando praticamente quase todo o “nosso ouro” ao “bandido” estrangeiro. Já agora, porque cabe perfeitamente aqui também, vai este meu grito: “Queremos as nossas ‘ações de ouro’ absolutamente de volta, sem ‘spiki’(truculência). As tranches majoritárias dos nossos bens e interesses coletivos realmente estratégicos desejamos vê-las (completamente!) nas mãos dos verdadeiros cabo-verdianos e não sob controle dos “testas de ferro” do capitalismo (imperialista) da “fonte” de David Ricardo e da “Casa do Escudo Vermelho” da dinastia Rothschild, na longa e dolorosa ressaca do colonialismo e da globalização selvagem. Mais esta outra, atendo-se ainda especificamente a esta “nossa” tal de Eletra. Como disse o nosso eminente arquiteto Dr. José Gomes: “Numa planificação, a Electra, sabendo do crescimento populacional que vinha acontecendo anualmente na cidade da Praia, teria que projetar o futuro, todo o seu equipamento e todos os serviços que teria que prestar ao turismo, à indústria, às habitações singulares e coletivas. É essa falta de planificação que nos leva a não entender, uma coisa tão simples como a iluminação pública que deve ser paga com parâmetros matemáticos estabelecidos. Como é que você cobra isso? Se você tem iluminação, você paga. Você paga por metro linear da fachada do lugar onde você mora. Por cada metro linear de fachada, você paga x e está resolvido o problema. Se há iluminação eu pago, se não há, não pago”. Temos aqui, então, uma solução.Convoco (pacificamente) a todos (as) a exigirmos que não seja algo mais e que extrapole isso. Fora esta idéia de “apenas pagarmos o que realmente consumimos”, tudo o mais é “cáçu bódi financeiro” aos cabo-verdianos! Pensemos (comprometidamente com o nosso povo e a nossa nação!) e comecemos de imediato a “derrubar” essa “Casa anárquica” e a estruturar outra (s). Proponho a mudança do próprio nome Eletra, de tão impopular e sinônimo de angústia para nós (pelo menos para esmagadora maioria do povo!) que a mesma se tornou. Queremos uma nova empresa, ou empresas (de eletricidade e água) com o selo de Cabo Verde, e mais uma vez, com uma tranche acionista quantitativa e qualitativamente majoritário, operacional e na prática sob o controle dos cabo-verdianos. Para uma nova empresa (ou novas empresas) a figura real e proeminente de um, porque não, “ombudsman”, um profissional (sem sombra de dúvidas e variações apartidário, claro esta!) contratado com a função de receber críticas, sugestões, reclamações e que deve agir em defesa imparcial de toda a comunidade.Esta “figura representativa” dos cristalinos e sensatos interesses do povo deve “dar a cara” sem politiquices e prestar contas transparentes.Hoje, o que nós temos em Cabo Verde são “fiscalizadores” do governo, “ouvidores” ou “provedores” e associações de “defesa” do consumidor veladamente partidarizados (bipolarmente) até a medula, com mera aparência de eficiência mas na prática sem eficácia que operam para “todos” ( menos com compromisso real para com a nação e para com o povo)! Ainda quanto à Eletra, eu diria que ela e sua homófona Elecktra, personagem da mitologia grega, filha de Agamêmnon de Micenas e da rainha Clitemnestra se parecem muito (mas muito mesmo)! Reza certo mito que Elecktra, amargurada e impulsiva, levada mais pela fúria do que pela maldade induziu seu irmão Orestes a assassinar sua mãe, vingando a morte de seu pai, arquitetada por Clitemnestra. Ela também teria salvo seu irmão Orestes de ser morto quando este era criança.Elecktra a grega, entretanto, se arrependeu do fato de ter sido a autora moral da morte da mãe, ao contrário da Eletra “cabo-verdiana” que nunca se quebrantou diante do nosso povo para fazer uma restituição e ressarcir algo que fosse (paga-se até o “ronko” de água pelas torneiras). Esta Eletra “cabo-verdiana”, realidade nua e crua, é de igual forma muito mazinha; ladra também... acrescente-se, de uma afronta verdadeiramente galáctica aos cabo-verdianos (com a conivência, sim senhor, dos sucessivos governos de Cabo Verde).Experimentemos fazer o ensaio de uma pesquisa popular cujo objetivo seria extinguir esta “nossa” tal de Eletra e veremos então no que daria (mesmo).POR FAVOR, RESPEITEM O NOSSO POVO.F ORA ESTA TAL DE ELETRA! NATANIEL SEMEDO DA SILVA, SÃO PAULO, BRASIL

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