sábado, 2 de abril de 2011

OCEANO ATLÂNTICO:O MANTO AZUL QUE LIGA A NOSSA ALMA!

“Nós lemos para saber que não estamos sós”

C.S.Lewis


“Escrever é fácil:Vocé começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final.No meio você coloca as ideias”

Pablo Neruda

OCEANO ATLÂNTICO:O MANTO AZUL QUE LIGA A NOSSA ALMA!

Com menos de dez anos aprendi a nadar e a mergulhar no Atlântico que, também, banha minhas ilhas de música e poesia.Criança ainda, muitas vezes me achava fantasiando se seria possível caminhar por debaixo das águas, e no outro lado do mar realizar o insuflado sonho que as imensas águas alimentavam.Sonhos que mistificavam minha imaginação anfíbia.O menino ilhéu, menino do mar, que ouvia dos mais velhos as estórias das sereias de lendária beleza.Moinhos de Vila Nova da Cidade da Praia, era um dos bairro das crianças traquinas, que furtavam-se á vigilância dos adultos, e rumavam ás praias atlânticas da enseada da urbe Maria Pia, pulando da Pedra Fernanda e “nadando olimpicamente” até ao Ilhéu.Um pouco mais tarde na vida, contaram-me que pela estrada atlântica, a estender-se para mil partidas e a América do Norte, os baleeiros, pelo oceano imenso, na pesca da baleia levaram o povo das nossas ilhas para o outro lado do mar.O Atlântico sempre, a espraiar-se no arquipélago de Cabo Verde, a banhar-me a alma tingindo-a de um singelo azul, que também me inspira a escrever a Atlânticos nós e nozes!De um lado a África e a Europa, do outro a América, pelo meio a imensidão do oceano.De um lado, mais uma vez, milhões de nós e do outro, outros tantos milhões...civilização atlântica.Acabava o papel, e escasseava a tinta no pintar milhares e milhares de estórias e cromos além Atlas ou Neptuno.No meio desta civilização, também eu, poeta que se pretende, no caminho no mar, ao sabor da brisa do nosso oceano, que em sete ocasiões tenho atravessado já, indo e vindo, Brasil, Estados Unidos da América.Sentado na Cidade Velha de Cabo Verde ou em Porto Seguro na Bahia, mergulhando na História indelével do encontro de muitos povos, gostaria de poder contar muitas e muitas estórias...e pintar cromos atlânticos sem fim: os conflitos diplomáticos derivados muitas vezes da ação de corsários, a corrente marítima sul equatorial chorando ainda silencioso e melancólico a divisão física de Pangeia, ou ainda a alma azul atlântica, ligada para sempre.Meu encontro de amor galáctico com a Alissandra...Ayanna Vitória, nossa princesa.África e América do Sul, e pelo meio o Atlântico majestoso.Cá, onde também, se abriram as escuras cortinas, e se viu o teatro hediondo de uns dos maiores crimes de sempre contra a humanidade, a colonização e o tráfico de escravos, os velhacos piratas que roubaram o melhor da África e das Américas...e dos meninos de Aksun, dos filhos Astecas, dos Incas, dos Maias, dos incontáveis e “branqueados” pré-colombianos e índios ameríndios.Cá, neste Atlântico lendário, numa civilização onde emergi poeta que se quer Zebra-surpresa, e depois certeza, das ilhas do Sol e do Mar misterioso, o símbolo das coisas que se perderam sem deixar vestígio, mas também emblema de inspiração que não cessa. Aqui, do meio deste colossal manto azul que nos envolve, o qual os gregos acreditavam ser um grande rio que circundava toda a Terra.Entre a terra e o Oceano eternamente presente no imaginário do poeta das ilhas de Cabo Verde.Aqui, onde existe um terço das águas oceânicas mundiais, incluindo os mares Mediterrâneo, o mar do Norte, o Báltico e o Caribe, quero escrever mensagens diferentes para o povo das minhas ilhas e de todo o mundo!Aqui Amazonas, Paraná, Congo, Níger, Loire, São Lourenço, Spitsbergen, Nova Escócia... Mississipi; brisa e sal a rodos, águas frias e águas quentes.Cá, Elmina, Benguela, Ilhéus, Fernando de Noronha, Chão Bom de Tarrafal de Santiago onde eu nasci, Calheta de São Miguel, a África e o Brasil.Aqui, a Europa, os plânctons e os muitos peixes para japonês e o mundo pescar.Daqui, do meio de muitas jazidas de petróleo, estendendo-se para o hemisfério norte, as ricas Europa e E.U.A.Barcos e aviões sem fim, riscando o mar e os céus num tráfego intenso convergindo povos e selando nossa multi pertença.Muitos povos, muitas raças, muitas culturas, numa amálgama atlânticíssima.Aqui, ao sabor das brisas dos ventos alísios e dos caprichos da bruma seca, fugindo aos “predadores globais do assalto”, por entre lágrimas e sorrisos... do prado africano, mas também, do oceano profundo...todos nós, de cá e de lá.Oceano Atlântico: O manto azul que liga a nossa alma.Atlânticos para sempre!

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