OLHARES DE ANGOLA
OLHARES DE ANGOLA
Olhares molhados, olhares incógnitos, olhares
milhares.
Semblantes melancólicos e esboço esforçado de um
sorriso.
Espinhos da guerra, mães de afronta e meninos
errantes.
Olhares de Angola, olhos de lince, exaustos
caminhantes.
Minas mortíferas e Angola linda e rica em luta feroz.
Daí angustiosa marcha em êxodo de reencontro.
Andares cambaleantes, corpos inertes, jornada atroz.
Olhar também meu, olhar cabo-verdiano e africano.
Imperiais atrocidades, cumplicidades, robustos
negócios e sócios
Multicontinentais trambiques olhando gordo para
Angola.
Séqüitos da guerra e da paz por caminhos intrincados.
Meninos, meninas, mentes em eclipse e sonhos roubados.
Filões brilhando e vilões estrangeiros conspirando.
Olhares de luto e epitáfios na perenidade do tempo.
Olhares de espanto e em combates manos brigando.
Olhares de Angola num cenário de contratempo.
Nataniel Semedo da Silva
(10 de Março de 2000/Contexto de guerra em Angola)
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