ZEBRA
[MEU TRIBUTO Á AFRICA]
Corre Zebra, corre que há fogo cruzado e balas
perdidas.
Corre Zebra pujante que há muitas minas escondidas.
Corre sem parar e leva contigo a África do Sul e o
Sudão.
Correra sem parar desde Timbuktu fugindo aos
predadores.
Vai Zebra, vai que há para ti um lugar no prado.
Vai Zebra de pelagem ás riscas a galope de brado.
Vai sem parar e leva contigo a Etiópia e a Eritreia.
Viera riscando a selva com uma bandeira de xadrez.
Corre menino de Elmina, corre e chega à escola.
Corre menino da Várzea, corre e leva a tua sacola.
Corre sem parar desde Djibouti no lado oriental.
Correra sem parar trazendo mensagens de Zanzibar.
Zarpou a Zebra vencendo Kalashnicovs e toda argola.
Zarpou a Zebra levando na vontade toda Angola.
Zarpou a Zebra levando uma bandeira verde.
Zarpara levando na alegria todo Cabo Verde.
Vai menino de Aksum, vai que há para ti um lugar ao
Sol.
Vai mulher do Sul, vai que Calaari e Kilimanjaro são
teus.
Vai sem parar oh filho do belo “José” tecelão e
sáfaro.
Viera a Zebra trazendo ás costas todo Zimbábue.
Percorreu o Ghana com toda gana vindo da Núbia.
Viera do Madagascar e chegou à Mauritânia seguindo pra
Líbia.
Zarpou do Kênia com as bênçãos do grande Jabal.
Zarpou e chegou à Guiné-Bissau acenando Comores do
outro lado.
Zarpara veloz do Rwanda vencendo mil colinas de neve
vermelha.
Corre Zebra, corre portentoso desde o Cabo da Boa
Esperança.
Corre Zebra, corre vigoroso e leva contigo toda a
Argélia.
Corre levando contigo a bandeira verde da esperança.
Corre levando contigo a Namíbia e chega à Tunísia.
Correra de Serengeti provocando ilusão de óptica nas
hienas.
Correra todo o Sahara... Tinha vindo do Lago Vitória.
Correu e chegou à Somália fugindo a estranhos
“Ninrodes”.
Zarpara da Suazilândia, Seichelles, Maurícias e
Reunião.
Zarpou e chegou ao Egipto do ex governador
Zafenate-Paneia.
Correra ouvindo canhões ferozes e doces músicas de
banza.
Correu, saltou, cortou a meta e parou pra rever o
prado e a Casa.
A Zebra parou e viu ouro; zebrou e na real unidade
celebrou.
A Zebra parou e viu diamante; ziguezagueou e na
vitória jubilou.
A Zebra parou e viu petróleo; rodopiou e em danças se
encantou.
A Zebra da alegria chamou o mundo todo pra festa de
arromba.
(...) Sonhei que na Casa da Zebra calaram-se os trovões
da guerra.
Na Casa da Zebra onde se desencontraram os rios da
concórdia.
Na Casa da Zebra onde se ergueram os ídolos da
discórdia.
No prado da Zebra onde do bolso africano tanto
roubaram.
No prado da Zebra onde os manos na ira se
desentenderam.
(...) Sonhei que na Casa da Zebra todos celebravam a
paz.
E a mamã África acordou, renasceu e abraçou o globo.
E a mamã África já não trazia as manchas vermelhas.
As cores da África eram o branco da paz e o azul do
perdão.
A grande Zebra surpreendeu e renasceu com ela toda a
África.
RENASCIMENTO AFRICANO I
Ouvem-se o rufar dos tambores nos alvores de um dia
novo.
Orvalhos de alegria e de júbilo caindo nos jardins do
povo.
Nos palanques das cidades “Discursos do aldeão
eloqüente”.
No soprar dos clarins da justiça social e da paz
conseqüente.
E nos bancos da escola mais Histórias e estórias para
valer.
Papiros Anastasi e Cartas de Amarna todos querendo
ler.
Ventos norte de Sirene e de Cartago assobiando na Nova
África.
Abraçando solidário as Sete Colinas de Roma e toda a
bela Ática.
Montes Atlas, Rio Nilo, Seringuei na aquarela de um
Sol fulgente.
E enfim chegará a primavera de candor na longa jornada
pungente.
Ventos bons de Sevene e da Núbia soprando no renascer
da África.
Nas chancelarias a revisão geral das regras da cartada
diplomática.
Dalém dos “Rios da Etiópia” virão brisas de
iluminação.
Então quebrar-se-ão as correntes nos gritos da
libertação.
Novos arquitetos quererão saber mais sobre o ícone
Imotepe.
Acadêmicos da Nova Casa também pesquisarão Ptá-Hotepe.
Os branqueadores da História não ocultarão mais
Nefertite.
Ouvir-se-á então uma outra música no anti eco de
dinamite.
Os arrivistas ladrões do nosso tesouro baterão em
retirada.
E o Sol do Sahara será muito mais suave na nossa
estirada.
Predadores globais do assalto em rede corarão de
vergonha.
Bombardeios e a pirataria não porão mais em fuga a
cegonha.
Nosso ‘Wanamum’ voltará do estrangeiro trazendo
perfumes.
Cornetas da fraternidade soarão festivas nos píncaros
dos cumes.
Das lápides dos túmulos Tasobadarianos decifraremos o
enigma.
Pintando dourado a African Renaissance afugentaremos o
estigma.
Em caravanas de grande vitória de todos estarão os
‘niggas’ a cantar.
E então os leões terão finalmente suas lindas estórias
para contar.
Porque enfim os contos de caça não glorificarão mais o
caçador.
Conluios infernais falirão e com estes o mais ignóbil
explorador.
Zarparão em fuga supersônica os inimigos ferozes da
Zebra.
E depois do eclipse vigiaremos atentos qualquer
manobra.
No renascer da África a humanidade toda será mais
jovem.
Na era pós exclusão choverão flores e frutos que
comovem.
Ler-se-á as ‘Instruções para Merikare’ nos negócios da
mutualidade.
No Renascimento Africano o mundo todo viverá uma Nova
Idade.
RENASCIMENTO AFRICANO II
Dalém dos “Rios da Etiópia” ouvem-se o mugir do grande
touro.
Bradando e querendo saber quem levou da Núbia o nosso
ouro.
De Timbuktu a Zanzibar cantam os rouxinóis no anúncio
da primavera.
De Ceuta e de Tanger vem vindo fragrâncias de outra
atmosfera.
Da África profunda os ritmos tamboris uma nova
mensagem trazendo.
De Elmina os gritos de um dia novo com ecos na
diáspora rebentando.
Filhos bantos, yorubas, dahomeys, bacongos...e as
ataduras soltando.
Com o nosso bordão o mar imenso á nossa frente qual
Moisés abrindo.
Do além-mar o sonho do renascer vindo dos Kilombos de
outras Áfricas.
O vento norte trazendo chuva copiosa a regar os
jardins da alma lavada.
A brisa cantando a música de banza na alegria
contagiante renovada.
Nas brechas das cidades ouvindo-se os Raps pujantes de
uma Nova África.
Nas periferias os poetas populares escrevendo as
poesias do renascimento.
Novas estrelas cintilantes emitindo clarões a mil
cores no novel firmamento.
Hoje das mulheres da nossa raiz queremos ouvir as
canções do renascer.
L.Hill, E. Badou, Q.Latifah, T.Chapman, C.Évora,
S.Lubrano, N.Li, A.Blackman
Líricas jamais compositadas de uma Nova África sim
queremos ouvir.
Hoje dos homens da nossa matriz queremos ouvir as
melodias de um dia novo.
S.Wonder, S.Keita, Khaled, J.Clegg, Z.Marley,
G.Semedo...
Cantares nunca cantados antes de uma Nova África sim
queremos ouvir.
Bauru São Paulo, 18 de Junho de 2009
RENASCIMENTO AFRICANO III
Na Nova África cairão por terra as muralhas dos
labirintos da trama.
Num novo dia dalém dos “Rios da Etiópia” ex colônia de
judeus errantes.
Contaremos estórias do novo esplendor onde nada mais
será como antes.
Na África de Ebede-Meleque que salvou o profeta
Jeremias do poço de lama.
Na Nova África do renascimento zarparão em retirada
mortíferas colunas.
Inspirados no senhor Zafenate-Panéia a boa governação
trará muitos louros.
Na real unidade africana os filhos usufruirão os
nossos belíssimos tesouros.
Desminaremos estradas militares que rumaram aos hotéis
de muitas colinas.
Na África da guarida ao menino Jesus que escapou da
fúria de Herodes.
Na África de Simão de Cirene que na exaustão levou de
Cristo a cruz.
Na África que marcante e indelevelmente surgiu no
Caminho da Luz.
Nas danças do renascer então ouviremos músicas em
outros acordes.
Escutem nos sonhos a música da brisa nos alvores de um
dia a despertar.
Depois do eclipse um novo Sol brilhando dourado no
Prado da Zebra.
Quando mãos e mentes estiverem em ação na realização
da nova obra.
Na África que no dia histórico de Pentecostes também
se fez representar.
Adorei ler!Senti o cheiro de Africa...sabi
ResponderEliminarAdorei ler!Senti o cheiro de Africa...sabi
ResponderEliminarMuito obrigado Iolanda Varela.Abraços desde o Brasil!
EliminarMuito bom! Parabéns pastor. Ótimo texto, me fez viajar sem sair de casa.
ResponderEliminarMuito bom! Parabéns pastor. Ótimo texto, me fez viajar sem sair de casa.
ResponderEliminarOi Tássia sonho levar uma equipa para fazer Missões na África...Já estas convidada!
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