sexta-feira, 17 de junho de 2011

TODOS FILHOS DA MESMA HUMANIDADE

Conto

De Nataniel Semedo da Silva

TODOS FILHOS DA MESMA HUMANIDADE !

""Jesus insistia em dizer que era filho da humanidade:"Sou o filho do homem".Tal expressão assombrosa revela que ele não tinha raça, cor, nacionalidade, religião.Foi o primeiro homem sem fronteira, mas os homens querem aprisiona-lo em seus mundos e dogmas e faze-lo sua propriedade.""
Augusto Cury, em
O mestre da sensibilidade

Cidade de Paris, Dezembro de 2009.Os aeroportos de toda a Europa e dos Estados Unidos da América estão em alerta máxima!A cidade luz, esta cada vez mais bela, romântica e perfumada.Christian James Bashir, um jovem de vinte anos freqüenta o terceiro ano da Faculdade de Relações Internacionais e Muhammad Abdul Cameron encontra-se no último ano do curso de Direito em uma das maiores universidades francesas.Estes dois jovens moram no bairro parisiense de Quartier Latin, onde os ventos latinos costumam fazer a curva.O jovem Christian, filho de um americano e uma síria e sua também jovem esposa Aisha, filha de um casal de emigrantes libaneses, como muitas e muitas outras pessoas pintavam a França em variadíssimos cromos étnicos, culturais e raciais, emblemas felizes da multi pertença que caraterizam nosso ethos derradeiro e o cosmos abrangente de todos nós.Christian James Bashir e Aisha Yakin Khaled constituíam também um arquétipo harmonioso e luminoso do encontro afortunado de “vários mundos”, autêntico tributo á sã convivência e saber estar! Nosso Muhammad era filho de pai afegão e mãe britânica.Sua graciosa esposa era uma israelita nascida na Cisjordânia, cujos pais diplomatas tinham vindo trabalhar na embaixada de Israel na capital francesa.Muhamad Abdul Cameron era um grande ativista social e cibernético.Ele morava na banlieu parisiense onde desenvolvia e liderava vários projetos comunitários no seio dos emigrantes vindos do norte da África.O carismático Muhammad Abdul Cameron, nascido na França era descendente de uma abastada família afegã.Seus dois irmãos, mais velhos, os gêmeos Hakan e Ylderai participaram da guerra contra os soviéticos.O tandem Hakan e Ylderai era conhecido pelo apelido de Les jumeaux Mujahidins.David James Garcia oriundo de New México era um ativista político e alto funcionário da Embaixada Americana em Paris.Mister Diego Sachs Garcia, pai do distinto senhor David James Garcia foi missionário de uma Igreja Baptista do Sul dos E.U.A e acabou sendo assassinado por extremistas num país asiático enquanto sua mãe, a viúva senhora Caroline Gunther Garcia, alguns anos depois, passando perto das Torres Gêmeas, precisamente naquele horrendo 11 de Setembro de 2001, apenas morrera para um enormíssimo susto que quase fez parar o seu coração de vez, quando viu um daqueles “aviões-bomba” explodir contra uma das torres que pouco depois se transformou numa gigantesca montanha de entulho.Muhammad Abdul Cameron tinha vários amigos palestinos, afegãos, iraquianos, bósnios, sérvios, kossovares, russos, tchetchenos, espanhóis de Madrid e do País Basco, norte irlandeses católicos e protestatntes, nigerianos cristãos e muçulmanos, israelitas, ingleses e norte americanos um pouco por toda a França, muitos dos quais alguém da família tinha perecido nas várias guerras e conflitos que assolaram o Médio Oriente, a África, a Irlanda do Norte, Moscovo, a Tchetchênia, a antiga Jugoslávia, onde se cometeram grandes barbaridades.Hannah, a bela esposa de Muhammad Abdul era filha única de um agente do Mossad e de uma riquíssima empresária do ramo de hotelaria de Tel Aviv e ex ativista do El Eyal.Aisha Yakin Khaled, a esposa de Christian James Bashir era árabe e chorou a cântaros de cerâmica quando algumas de suas amigas americanas de Nova York foram engolidas pelas chamas que se misturaram ao concreto e aço que eboliram o mundo num misto de shock and awk, todavia, motivo de festejos para alguns! Christian James e Aisha Yakin eram vizinhos do casal Muhammad e Hannah Abdul Cameron.Estes dois jovens casais, se encontraram, digamos ssim, numa espécie de “terreno neutral”, ou melhor, de convergência onde os filhos da humanidade deveriam sempre cantar em uníssono o cântico da tolerância e da harmonia, calando ultra profundo o ribombar das guerras e a voz das armas.Ali, onde as águas do Loire e Gorone abraçam e acalmam Paris e toda a França, lágrimas de ódio e rancor que as sementes do conflito transformaram em frutas demasiadamente amargas ao longo de séculos e milênios com enormes perdas e danos recíprocos, os nossos jovens casais, Christian James e Aisha Yakin Khaled Bashir e Muhammad e Hannah Abdul Cameron muito mais conscientes da sua múltipla pertença do que dos germens que espalharam ódio entre os seus antepassados, e acima de tudo cônscios de que eram todos filhos da mesma humanidade, numa convivência, essa sim propulsora dos Nóbeis da paz que premiaria quem realmente fizesse por merecê-la nos mostravam a todos que a vida pode e deve ser realmente bela!Estes nossos quatros jovens são aqueles que cantam o hino dos peace makers, no tributo supremo que a paz merece.E como merece!(Suspiros)!Esses construtores da paz encontraram na universalidade e diversidade da França as sementes da harmonia e da tolerância no oceano benfazejo do amor enriquecido por rios da tolerância, reconciliação e fraternidade.Quando estes dois jovens casais se encontraram pela primeira vez num restaurante parisiense, desde logo, a conversa que se estabeleceu foi digno dos campeões, de homens e mulheres que se vestem de majestade e que se revestem de alta dignidade.Sim, estes nossos jovens são os homens e as mulheres que como cantou a brasileira Ludmyla Ferber (esta, uma outra mulher também pertença da mais elevada estirpe!) “mesmo sendo perseguidos, desprezados e feridos, permanecem concentrados em cumprir o seu chamado”.E ela continua: “É difícil entender tanta nobreza num só povo.É preciso conhecer o Autor e a Fonte disso tudo...”e tudo isso tem um Nome que esta acima de todos os nomes!Estes nossos jovens, cada um deles, como o mister Albie Sachs diriam: “Por esse motivo, sei-o bem.Ganhei o Céu”, enquanto outros que impunham a espada do príncipe das trevas e esbravejam com ódio mortal: -“Tu vês esta espada?...Só sinto vontade de destruir, matar...” lembrando o execrável e infernal Oulanen de um tal de Marx, dirão com convicção e veneno figadal: “Por esse motivo, sei-o bem.Perdi o Céu! Christian James, Aisha Yakin Khaled Bashir, Muhammad e Hannah Abdul Cameron fazem-nos vislumbrar no fundo dos túneis escuros que riscam a noite deste nosso descampado global, a Luz de uma Esperança Imorredoura!Certo dia, estes nossos quatro jovens organizaram um encontro festivo banhado de extasiante alegria num parque de Paris e os nossos heróis, como os sinos que tocam ditosos e abençoados nos ensinaram a sonhar, por isso, os agradecemos imenso, porque merecem!(Suspiros)!Estes são os símbolos cintilantes que brilham e falam alto e muito bem, os ícones dourados lapidados na pureza que verdadeiramente sabem ouvir pacientes, enquanto outras palavras, as mentirosas e maquiavélicas, vindas das bocas que moram nas ladeiras descem desenfreadas, morro abaixo. Aisha Yakin Khaled Bashir e Hannah Abdul Cameron, colegas da Faculdade de Ciências Políticas e Christian James Bashir e Muhammad Abdul Cameron objetivando mestrado em Relações Internacionais e Direito respectivamente construíram naquele venturoso encontro naquele parque parisiense um monumento á nossa humanidade comum, independentemente da raça, cor ou religião.Uma indescritível alegria que envolvia a todos era o selo da múltipla pertença de todos nós!De repente uma ligeira brisa perfumada, vinda de lá das bandas do rio Loire cobriu o parque de mais frescor ainda.Naquela tarde memorável da primavera francesa nossos jovens com as suas reflexões escreveram nas estranhas do tempo ( coisas das quais os homens parecem não querer ter conhecimento) o que poderia ser um verdadeiro Código de Ética para a Humanidade!Falaram com equidade, conhecimento e sabedoria dos Jardins suspensos da Babilônia, dos Rios Tigre e Eufrates, da Mesopotâmia, da Arte e do Trabalho, de um certo jovem que intentou explodir um avião, da Globalização, do Petróleo, das Torres Gêmeas, do Hotel Palestina, da desgraçada Cruzada, do Google, da Coca Cola, da Floresta Amazônica, da Al Qaeda, da CIA, de Wikki Leaks e dos cyber activists, da Guerra de Tróia, de Gengis Khan, da Democracia, de Deus, da Tolerância, da Paz, do Povo, da Sensatez e da Moderação, do são Diálogo entre Civilizações e ainda dos conceitos como Meio Termo, Equilíbrio, Fiel da Balança.Falaram ainda dos prêmios Nobel, da Grécia Antiga e da Atual, dos Mujahidines, das Tropas de Elite, das diversas Armas de Destruição em Massa, do Egipto, da Etiópia, de Roma, da Líbia, de Nova York e de Bagdade, do Capitalismo e outros Ismos, da Bíblia, do Al Corão, do Código de Hamurabi, do Decatlo...tudo com muito conhecimento e sabedoria! Pertinho a uma fonte de onde jorrava uma água límpida, em mais um outro cântico da alma e da vida, enquanto os nossos “meninos da paz” partilhavam guloseimas e sucos naturais, a natureza parecia aplaudir-lhes de pé.Alguns pombos, símbolos da concórdia e da fraternidade, lindamente chamados colombes pelos gauleses, vieram pousar participando também da intensa festa.A doce candura de outros pássaros jovens chilreando incessantemente se misturavam com o espetáculo de um sol a caminho do seu ocaso em mais um dia na sua missão de iluminar o nosso lindíssimo planeta azul, chamado Terra.De repente a noite (noite?) envolveu a cidade luz. Estava-se na esplendorosa e muito bem iluminada Paris!

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